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Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? ’

"O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.
Mateus 25:39-40

"Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?"
"O Rei responderá: digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a alguns dos meus menores irmãos, a mim o fizeram." - Mateus 25: 39 e 40

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Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? ’

"O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.
Mateus 25:39-40

domingo, 16 de junho de 2013

Presos demais

 
Veículo: Folha de S. Paulo
Data: 04/06/2013
Estado: SP
EDITORIAL
Apesar do acréscimo de vagas carcerárias, prisões paulistas ainda exibem superlotação; falta um esforço para libertar quem não precisa ficar detido
Mais de duas décadas após o massacre do Carandiru, a realidade dos presídios paulistas é outra. Megarrebeliões e matanças como aquela ficaram no passado. A superlotação, contudo, permanece.
O Carandiru chegou a ter 2,3 presos por vaga. A média do Estado de São Paulo, hoje (1,95), se acerca disso: são 205 mil detentos para 105 mil lugares. Nos Centros de Detenção Provisória de Pinheiros e Santo André, já foi ultrapassada a marca incivilizada de 3,5.
São número deprimentes. O encarceramento em prisões repletas, ainda que "pacificadas" pelo terror imposto por facções criminosas, se equipara às penas cruéis vedadas pelo artigo 5º da Constituição. O Estado mais rico do Brasil não pode lavar as mãos diante dessa injustiça flagrante.
Construir presídios é a reação óbvia, mas insuficiente. Desde 2010 foram abertas 9.284 vagas em São Paulo, que mal dão conta da demanda. De 12 instalações inauguradas desde então, dez já ultrapassam a capacidade estipulada.
O Estado tem a maior população carcerária do Brasil, com 37% do total, e uma taxa de encarceramento de 486 detentos por grupo de 100 mil habitantes, acima da média nacional de 287 por 100 mil. Ao menos quatro fatores ajudam a explicar tal liderança carcerária.
Dois deles são indicativos de maior eficiência paulista. Em primeiro lugar, aumentou aqui o número de prisões --eram 8.447 ao mês em 2011 e neste ano já chegam a 10.234. Além disso, o governo estadual promete cumprir em dois anos a meta de zerar o número de presos mantidos irregularmente em delegacias (restam 4.903).
Os outros dois fatores são velhas mazelas nacionais: morosidade da Justiça, que mantém encarcerados presos que poderiam já gozar de progressão de pena, e excesso de rigor de magistrados contra acusados de tráfico de drogas.
Um estudo de 2011 do Núcleo de Estudos da Violência da USP mostrou que muitos dos presos como traficantes na cidade de São Paulo eram de baixa periculosidade. Apenas 3% portavam uma arma no momento da prisão, por exemplo, e a quantidade média de droga apreendida com eles era baixa.
Apesar disso, nove entre dez acusados responderam ao processo todo na prisão. Embora mais da metade das condenações fosse inferior a quatro anos de reclusão, requisito para o juiz conceder substituição por penas alternativas, isso só ocorria em 5% dos casos.
Prisões existem para afastar criminosos violentos do convívio social. Encher cárceres de dependentes e pequenos traficantes, onde ficarão sob o jugo de facínoras e em condições subumanas, não é o modo mais eficiente de deter o crime.

domingo, 5 de maio de 2013

19 a 25 de maio de 2013 - semana de oração pelo preso

19 a 25 de maio de 2013

FÓRUM DA ESPERANÇA


Na semana do Dia do Preso, 24 de maio, reflitamos e oremos em favor desta causa:
Com Cristo, há um outro caminho para a realidade da violência urbana, das cadeias
e daquele que passou, um dia, por essa realidade.

“Eu afirmo a você que isto é verdade:
hoje você estará comigo no paraíso” (Lucas 23.43)




Semana de Oração pelo Preso
 
500.000. É muito ou é pouco? Quando sabemos
que essa cifra de pessoas presas em nosso país já
foi ultrapassada, pensamos que é muito. Certo é
que muitos deles efetivamente estão em tal
situação em razão de escolhas que fizeram no curso
de suas vidas. Mas precisamos perguntar: Será que
esse deve ser o fim da linha para cada um deles?
Como cristãos, entendemos que quando pensamos
profundamente nessa questão a resposta deve ser
negativa. Embora os fatos pelos quais homens
e mulheres presos acabam sendo processados
e condenados sejam não somente reprovados
por Deus mas também pela sociedade, nunca
devemos nos esquecer que para Ele sempre há
a possibilidade de um outro caminho que
a Sua Palavra chama de Novo e Vivo Caminho.
Pr. Otoniel Kikuti

Motivos de Oração:



Para que Deus levante o Seu povo a fim
de responder de uma forma relevante à questão
da violência urbana e todas as suas consequências,
especialmente aos que são vítimas delas.
Pelas pessoas que estão presas e as que acabam
de cumprir pena, a fim de que conheçam o novo
Caminho que é Cristo.
Pela Igreja do Brasil a fim de que possamos nos
unir para cooperar na criação de políticas públicas
na área prisional e para a reinserção do que se
envolveu com a prática de um crime, expressando
o amor de Deus.
Pelas famílias dos que se envolvem na prática de
crimes, pois acabam se envolvendo, mesmo sem
querer, nesse ciclo.

E-mail: forumesperanca@gmail.com

 

CARTA CONVITE


São Paulo,  08 de abril de 2013

Queridos irmãos em Cristo Jesus,

500.000. É muito ou é pouco? Quando sabemos que essa é cifra de pessoas presas em nosso país já foi ultrapassada, pensamos que é muito. Certo que muitos deles efetivamente estão em tal situação em razão de escolhas que fizeram no curso de suas vidas. Mas precisamos perguntar: Será que esse deve ser o fim da linha para cada um deles?

Como cristãos, entendemos que quando pensamos profundamente nessa questão a resposta deve ser negativa.  Embora os fatos pelos quais homens e mulheres presos acabam sendo processados e condenados sejam não somente reprovados por Deus mas também pela sociedade, nunca devemos nos esquecer que para Ele sempre há a possibilidade de um outro caminho que a Sua Palavra chama de Novo e Vivo Caminho.

Talvez muitos de nós não tivemos qualquer contato com a realidade das Cadeias e da Justiça Penal. Talvez, muitos de nós não conhecemos qualquer pessoa que nos é próxima e tenha passado por isso. Assim, isso nos parece bem distante. Porém, se aceitamos essa afirmação como verdade e refletimos sobre o que podemos fazer,  vemo-nos atados. Será que podemos cooperar para trazer o Reino de Deus nessa questão?

Sim, nessa semana em que se comemora o Dia do Preso, 24 de maio, sugerimos que possamos focar nossos olhos para essa realidade e, como Igreja, além de desejar mudar essa realidade e proporcionar aos presos outro caminho, pensemos na questão da violência urbana, da realidade prisional e de caminhos para que aquele que praticou um crime possa ir por  outro caminho. Muito difícil? Se sim, ao menos podemos e devemos orar (talvez até separando um momento do culto para isso) para Ele:

1)      Para que Deus levante o Seu povo a fim de responder de uma forma relevante a questão da violência urbana e todas as suas consequências, especialmente os que são vítimas delas.

2)      Pelas pessoas que estão presas e as que acabam de cumprir pena, a fim de que conheçam o novo Caminho que é Cristo.

3)      Pela Igreja do Brasil a fim de que possamos nos unir para cooperar na criação de políticas públicas na área prisional e para a reinserção do que se envolveu com a prática de um crime, expressando o amor de Deus.

4)      Pelas famílias dos que se envolvem na prática de crimes, pois acabam se envolvendo, mesmo sem querer, nesse ciclo.

Não somos uma organização mas um movimento que é chamado de Forum da Esperança, composto por alguns cristão que tem o objetivo de ser instrumento de conscientização da sociedade como um todo e da Igreja, em específico, para a mudança da visão sobre a política penitenciária e a questão do egresso (= aquele que cumpriu pena de prisão), além de auxiliar particularmente algumas pessoas nessas condições ou próximas dessas condições, dando-lhes a oportunidade de visualizar um outro caminho.

Por fim, se alguém sentir o chamado de se envolver de forma mais efetiva e não sabe como e nem algum meio, que possa entrar em contato com a gente, seja acessando o blog, seja enviando uma mensagem .

 

                Pr. Otoniel Kikuti

terça-feira, 23 de abril de 2013

Prisões brasileiras têm um "Carandiru" a cada três anos


Veículo: Portal Deutsche Welle

Data: 16/04/2013

Estado: SP

Dados não oficiais estimam que cadeias têm 40 mortes anualmente por violência das forças de segurança. Para especialistas, 20 anos após massacre de 111 detentos, sistema carcerário piorou e continua barril de pólvora.

A superlotação do presídio do Carandiru foi apontada como uma das causas do massacre ocorrido em 1992 – em que 111 detentos foram mortos pela Polícia Militar durante uma rebelião. Mais de 20 anos depois, os crimes enfim começaram a ser julgados, mas o sistema penitenciário brasileiro segue sucateado e, segundo especialistas, continua um barril de pólvora.

Celas superlotadas, quadro de funcionários insuficiente, falta de condições de higiene e de atendimento médico, abuso por parte de agentes penitenciários, além de violência por parte de militares dentro dos presídios. A lista de problemas é extensa e, pelo menos a médio prazo, parece não ter solução.

"Em 1992, quando houve o massacre, as condições de encarceramento não eram tão ruins como nos dias de hoje. Na última década, o Brasil quadruplicou sua população carcerária e temos, atualmente, cerca de 500 mil pessoas presas, das quais cerca de 200 mil no Estado de São Paulo", explica Bruno Shimizu, o defensor público e coordenador do Núcleo Especializado de Situação Carcerária da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

Para Shimizu, desde aquela época houve mudanças mais cosméticas nas prisões, tais como a criação de um grupo de elite militarizado em São Paulo chamado de Grupo de Intervenções Rápidas (GIR) – que substituiu a Polícia Militar nas incursões dentro de prisões paulistas, mas que, segundo ele, também pratica abusos contra os presos.

"Em números não oficiais, cerca de 120 pessoas morrem dentro de penitenciárias brasileiras a cada três anos, de 1992 até hoje, vítimas de violência [das forças de segurança]. Isso significa que temos um massacre do Carandiru a cada três anos no Brasil. Se formos incluir outras causas de mortes, como a falta de atendimento à saúde, esse número é estratosférico", acrescenta.

Juízes contribuiriam para superlotação

Especialistas ouvidos pela DW dizem que a legislação brasileira não é o grande problema, mas o sistema judiciário. Por questões culturais, afirmam, os juízes brasileiros não contribuem para a melhoria da situação nas penitenciárias do país ao tentar adotar penas alternativas – e usam o encarceramento como única solução.

Shimizu diz que o foco do problema do encarceramento em massa é o poder judiciário – composto, segundo ele, principalmente por pessoas da classe média que trazem uma ideologia específica que vai ser reproduzida nas decisões judiciais. Muitos, afirma, acabam analisando os casos não segundo a Constituição, mas por sua própria moralidade.

"Há também a incapacidade do Estado e das famílias de impedirem que os jovens sejam cooptados pelo crime, principalmente por conta do narcotráfico. O sistema educacional é falido e não consegue atrair a juventude. Sem mudanças estruturais, há a tendência do crescimento da violência e do número de presos", frisa Antonio Flávio Testa, especialista em segurança da Universidade de Brasília (UnB).

Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional Brasil, diz que a população carcerária brasileira está entre as maiores do mundo e que cerca de 40% das pessoas estão em prisão temporária, sem ainda nem terem sido julgadas. Dessa forma, muitas ficam presas por mais tempo do que se fossem condenadas pelo crime cometido.

"Claramente o Brasil não tem uma política inteligente de penalização de delitos que não mereceriam prisão e que poderiam ser tratados de outra maneira. Parece que o Estado brasileiro responde a uma situação de expectativa da sociedade de combate ao crime com uma estratégia de encarceramento", explicou Roque.

O especialista da Anistia Internacional Brasil afirma que o Estado precisa agir em três níveis: rever o sistema de penalização, para não colocar todos na prisão; rever as condições de vida dentro do sistema carcerário; e, também, criar um sistema que favoreça a reabilitação dos presidiários.

"As condições terríveis só produzem ódio e horror nos presos, por causa das condições indignas. E é terrível que isso seja feito em nome da sociedade", acrescenta Roque.

Facções criminosas

A situação prisional brasileira e a violência policial – alvos constantes de críticas por parte da ONU – favoreceram a criação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, em meados de 1993 – portanto, menos de um ano depois do massacre do Carandiru.

Camila Nunes Dias, professora de políticas publicas da Universidade Federal do ABC (UFABC) e pesquisadora associada do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), diz que a violência policial e prisional são elementos ideológicos para justificar a criação do grupo. "O Estado age como inimigo de parte da população e pobres veem a polícia como ameaça e repressão e não como garantidor de segurança."

Mas o PCC tem uma atuação mais simbiótica do que de contraposição ao sistema prisional brasileiro – o número de rebeliões caiu, o crack não entra mais em presídios dominados pela organização e o estupro de novatos, muito comum antes da hegemonia da facção, não ocorre com tanta frequência como no passado.

"Isso significa que, por conta do PCC, a população prisional, mesmo em condições piores do que em 1992, ficou mais calma. Isso porque o detento deve obediência absoluta a essa facção e faz com que ninguém tome uma atitude na cadeia, como matar algum desafeto, sem autorização de uma liderança interna do PCC", destaca Shimizu.

Porém, há o outro lado da moeda. Ao mesmo tempo, surge aí a dificuldade de se reintegrar o preso à sociedade, pois o PCC faz com que ele seja mais estigmatizado. Segundo Shimizu, o cárcere cria problemas de identidade em relação ao preso e, pelo fato de ele ser coagido para entrar nessa facção criminosa, a deteriorização de sua identidade é aprofundada. "Mas é assim que o sistema ainda se segura."

terça-feira, 30 de outubro de 2012

"Eles assaltam porque querem ficar ricos"

"Eles assaltam porque querem ficar ricos"


Uma pesquisa inédita sobre a motivação dos criminosos revela como eles calculam friamente o risco de seus atos
 
Mariana Sanches

Qual é a semelhança entre o visionário Barão de Mauá, que construiu a primeira ferrovia do Brasil, e os criminosos que, em 2005, cavaram um túnel até a sede do Banco Central, em Fortaleza, e surrupiaram de lá cerca de R$ 160 milhões? Segundo a antropóloga Jania Perla de Aquino, o barão e os ladrões têm em comum o gosto pelo risco. O empreendedor arrisca dentro da lei. O assaltante não vê problema em se arriscar fora dela. Essa é apenas uma das polêmicas conclusões expostas por Jania em uma pesquisa inédita sobre grandes assaltantes. Jania passou os últimos seis anos viajando por dezenas de cidades para entrevistar 41 criminosos, boa parte deles milionários e foragidos da Justiça depois de anos de crimes. Ela falou a ÉPOCA sobre como agem e vivem esses criminosos.

ENTREVISTA - JANIA PERLA DE AQUINO

QUEM É Antropóloga, estuda assaltos a bancos há nove anos. Nos últimos seis, conviveu com 41 assaltantes responsáveis por vários crimes milionários desde os anos 1990

O QUE FEZ
Graduou-se em ciências sociais na Universidade Federal do Ceará (UFC) e acaba de concluir seu doutorado na Universidade de São Paulo (USP)
 
 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

site sobre auxilio a prisioneiros e ex-prisioneiros

veja o site abaixo


no minimo, interessante.

Um dos fundadores é Charles Colson (foi preso no escândalo Watergate ). Ele escreveu um livro contando a sua historia (a versão eletrônica é distribuída gratuitamente pelo site da Amazon).

O número de presos no Brasil

O número de presos no Brasil quase triplicou desde 1995. Há um claro processo de 'encarceramento' da população e de 'criminalização da pobreza' no país. Pessoas humildes que praticam delitos leves, sem violência, de pequeno potencial ofensivo - como furto, receptação e uso de entorpecentes, por exemplo - jamais deveriam parar no sistema penitenciário. A prisão embrutece o ser humano e é uma verdadeira 'escola do crime'. Não recupera nem ressocializa ninguém, além de estigmatizar e piorar as pessoas, tornando-as ainda mais violentas e revoltadas. As penas alternativas deveriam ser aplicadas em seu lugar, mas o conservador Judiciário resiste em aplicá-las. O Brasil está seguindo o mau caminho adotado pelos EUA, que tem a maior população carcerária do planeta. É necessário acabar com a 'cultura de prisão' hoje dominante no país e buscarmos penas e medidas alternativas, visando á ressocialização do infrator, em uma perspectiva baseada nos direit os humanos e na civilização e não na punição cruel, na vingança e na barbárie.